quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nunca-amor

Não falarei mais de amor
Essa palavra luxuosa e esnobe
Que me sai tão doce da boca
e me entra
tão dura e espinhosa
no coração já tão amargurado.

Mais que não falar
Não pensarei mais no amor
Não criarei mais fantasias
Não vou me desmanchar com palavras bonitas
e galanteios
Não pedirei a Deus que desta vez seja verdade
Que seja o meu bem
Que eu seja um bem também.

Amor é uma desgraça.
Eu sou desgraçada, toda desgraçada
Tenho tanto amor acumulado
tanto amor não dado
Quando eu decido dar a alguém
É amor demais, é sufocante,
assustador, pavoroso,
nervoso,
paranóico.
É louco e amedronta
o ser/objeto amado.

Mais que não falar
Mais que não pensar
Não vou mais suspirar
Não vou deixar que meus olhos brilhem
E que eu ria sozinha
Daquele jeito...
mordendo o canto dos lábios
e olhando pro nada.

Não simularei situações.
Não esperarei encontros
abraços
beijos
cheiros, você
eu, mãos.
Não sonharei mais.
Não amarei mais.
Nunca!
Nunca mais!
Never more!


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