segunda-feira, 12 de abril de 2010

Das duas, uma...

Morro de medo de descobrir
que tu és invenção minha.
Se teu cheiro é inventado,
Se tua voz é inventada,
Se teus olhos foram inventados,
Se o jeito que te moves é inventado,
Se todo este sentimento é inventado,
Se és vertigem,
Se a tua não-existência me anula...
Meu Deus!
Das duas, uma...
ou sou louca
ou sou poeira.

Inspirado pelo texto de 29/03/2010:

Não importa mais os que os outros possam pensar de mim. Os rótulos que possam me dar, deixei de me preocupar com isso desde que eu percebi que não há formas de te roubar pra mim. Ser agradável e politicamente correto não me ajudaria nada. Eu perderia vida, só. Ando morrendo pouquinho aqui, pouquinho ali. E não me importa que eu morra, um dia todos vão... todos caminham nessa, pra mim, longa estrada com o mesmo destino. Eu apresso o passo por não querer caminhar sem esperança de esbarrar na tua caminhada. Excedo por que sei que não me apoias, nem recriminas, não fazes nada, não pensas nada e só o que pensas me interessa. Não há mais nada! Nunca houve. Tenho pra mim que todo o filme rodando na minha mente foi vertigem, pode até ser que sejas vertigem, eu seja vertigem também! Lembrança viva de alguém vibrando no espaço, lembrança muito viva, morta sem ti - odeio ti-, lembrança que não morre pela vivacidade que alguém a deu. Lembrança de algo que não existiu, ou que existiu mas, não da forma que é lembrada. Então, se foste criado por mim que sou lembrança de alguém, tu não existes. Se pensar na tua não-existência me anula, como eu vou existir? Meu Deus! Meu Deus! Eu sou poeira.

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