domingo, 23 de maio de 2010

Válvula de escape

Eu quero mesmo é viver
Nem bem, nem mal
Quero só viver
Desprendida de todos os desejos de felicidade
Com memória descartável
E o agora que é passado
antes que você chegue no ponto final
Quero aproveitar ao máximo esse sopro de Deus
seja ele o que for...
seja eu, deus.
Quero quebrar a cada milésimo de segundo
a vidraça finíssima do momento presente
Tão frágil, quase imperceptível
que a gente sai quebrando todo dia
e nem percebe.
Eu quero ver minusciosamente
a vidraça - tão fina que parece película -,
sendo estraçalhada
analisar cada minúsculo detalhe
ver seus cacos cortando meus pés...
Quero sangue no meu agora
Paixão e dor!
Ou um amor calmo e recíproco, quem sabe
Pra pôr fim a esse amor por alguém
que a memória descartável não descarta, nunca.
Há bilhões de pessoas no mundo pra serem amadas
Preciso encontrar uma
antes que eu enlouqueça
Preciso achar a cura pra o meu agora solitário
Cuidar das feridas
Esquecer o passado e futuro
Viver!
A vida está acontecendo, darling
Vê se aprende!
Preciso achar quem(?)
Eu achei, mas não o acho nunca.
Por isso eu ainda escrevo
pra não cair de vez
na loucura.

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